segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Contribuições Bronfenbrenner para a Educação



Dentre as principais contribuições de Bronfenbrenner para o desenvolvimento humano, enfatizamos a que se refere ao próprio conceito de desenvolvimento humano centrado nas relações funcionais entre ambiente e organismo, fenótipo e genótipo. De acordo com Bronfenbrenner os modelos de pesquisa precisam levar em consideração quatro tipos de processos proximais sobre o desenvolvimento: a transmissão genética das características psicológicas; os efeitos subsequentes, do estado físico e psicológico do indivíduo na primeira infância; as interações e as relações interpessoais e atitudes, especialmente dentro da família, e os efeitos do ambiente físico imediato sobre o desenvolvimento.
 Outra contribuição importante se refere aos processos proximais, pois estes permitem uma análise dos processos psicológicos de forma mais específica, uma vez que indivíduos e grupos diferem em níveis de funcionamento psicológico, não sendo possível considerar esses processos como universais, como é o caso da física.  

Bibliografia Consultada
SHEEHY, Noel; 50 grandes Psicólogos: suas idéias suas influências:

São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006


           




Síntese da Teoria de Bronfenbrenner



Bronfenbrenner propôs um modelo ecológico para o desenvolvimento humano. O que o motivou foi o fato de não concordar com o paradigma de pesquisa vigente na década de 1970. O seu modelo foi fortemente influenciado pelas teorias de Kurt Lewim, em particular pelas noções de desenvolvimento e de ambiente, assim como pelas idéias de Jean Piaget sobre o processo de desenvolvimento humano. Na concepção de Bronfenbrenner, o desenvolvimento representa uma transformação que atinge a pessoa. Trata-se de uma reorganização que procede de maneira continuada dentro da unidade tempo-espaço. Realiza-se dentro de diferentes níveis: das ações, das percepções, da pessoa, das atividades, e das interações, com o seu mundo. É estimulado e inibido pelo grau de interação com as pessoas, que ocupam uma variedade de papeis, e pela participação e engajamento em diferentes ambientes. Portanto, o desenvolvimento humano se estabelece de maneira continuada e recíproca, no interjogo entre aspectos biológicos, psicológicos e ambientais, em que as forças que produzem a estabilidade e a mudança nas características biopsicológicas da pessoa, durante sucessivas gerações, são percebidas considerando os processos evolutivos e as transformações operadas na pessoa e no seu ambiente.
Na teoria de Bronfenbrenner, as variáveis genéticas e ambientais não são pólos opostos, mas se complementam para produzir modificações no desenvolvimento humano. A correlação entre essas duas variáveis, hereditariedade e meio ambiente, é analisada, em geral, em estudos de consangüinidade, de gêmeos e de adoção. Essas linhas de investigação apresentam pontos fortes e fracos no que tange a indicar o grau de variação genética e a influência significativa do ambiente.
Com as novas descobertas científicas, as transformações sociais e as perspectivas teóricas e com as políticas públicas e os campos de aplicação, Bronfenbrenner fez algumas modificações no seu modelo ecológico, que passou a ser denominado de modelo bioecológico. O paradigma norteador desse novo modelo se fundamenta na idéia da ecologia do desenvolvimento humano. Os conceitos básicos que orientam a construção do modelo e norteiam a pesquisa em desenvolvimento são decorrentes desse paradigma, são eles: ambiente ecológico, transição ecológica, validades ecológicas e de desenvolvimento, experimento ecológico e transformador e pesquisa ecológica.
Ambiente ecológico é composto por estruturas concêntricas chamadas de micro, meso, exo, macro e cronosistema. Cada uma dessas estruturas abarca progressivamente a outra.  A transição ecológica ocorre quando acontecem mudanças na posição que indivíduo ocupa no seu ambiente ecológico em decorrência de mudança de papeis, status social ou a combinação desses fatores. A validade ecológica refere-se à extensão pela qual o sujeito vivencia o seu ambiente no processo de desenvolvimento, considerando as propriedades ou condições específicas resultantes das hipóteses levantadas pelo pesquisador em uma investigação científica. A validade ecológica sustenta alguns preceitos importantes para o planejamento e a realização da pesquisa, já a validade em desenvolvimento baseia-se nas mudanças de concepções, atividades ou padrões interativos da pessoa, com repercussões em outros ambientes e momentos da vida. O experimento ecológico investiga as relações progressivas entre o organismo humano em evolução e o seu ambiente. O experimento transformador retrata a alteração e a reestruturação sistemática de sistemas ecológicos existentes. A pesquisa ecológica contém as propriedades pertinentes à pessoa e ao seu ambiente. 

Bibliografia Consultada
SHEEHY, Noel; 50 grandes Psicólogos: suas idéias suas influências:
São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006

Biografia de Urie Bronfenbrenner


 
Bronfenbrenner nasceu em 1917, na cidade de Moscou, na Rússia. Aos seis anos de idade mudou-se com a família para os Estados Unidos. O seu pai trabalhava como neuropatologista em uma instituição estadual que cuidava de pessoas com problemas mentais. Cresceu nesta instituição e vivenciou experiências que influenciaram a sua concepção ecológica desenvolvida posteriormente, principalmente quanto aos aspectos biológicos e sociais. Viveu toda sua vida nos Estados Unidos, mas sempre manteve suas raízes russas, marcadas pelo cultivo da cultura e da língua-mãe. Completou seus estudos fundamentais em Haverstraw, no estado de Nova York, e recebeu grau de Bacharel em Psicologia e Música, em 1938, por Cornell. Fez Mestrado na Harvard University e o Doutorado na University of Michigan terminando em 1942. Foi casado com Liese, com quem teve seis filhos. Teve 13 netos, e uma bisneta.
  Na década de 1960, engajou-se em lutas ligadas à questão do desenvolvimento humano, por acreditar que as políticas públicas afetavam o bem-estar e o desenvolvimento dos seres humanos. Trabalhou na elaboração e implementação de projetos governamentais e não-governamentais ligados a essa questão, no sentido de mudar a realidade de crianças e de suas famílias afetadas pelas consequências de políticas públicas mal elaboradas. Entre os movimentos dos quais participou destacamos o Head Start, bastante difundido e aceito nos Estados Unidos.
Recebeu vários prêmios internacionais, como a medalhada Associação Americana de Psicologia (APA), seis títulos de honra, sendo três deles por universidades européias foi reconhecido e aclamado internacionalmente por sua obra “Ecologia do Desenvolvimento humano”.
Sua produção literária é composta por mais de 300 artigos e 13 livros. Os temas de seu interesse são: a pesquisa em psicologia do desenvolvimento, a aplicação da teoria do desenvolvimento no contexto prático e político, os parâmetros da comunicação envolvendo a publicação de pesquisas e a aplicação e difusão da teoria para a comunidade científica e para a sociedade em geral.
Urie Bronfenbrenner  faleceu em sua casa, em Ithaca, New York, no dia 25 de Setembro de 2005, aos 88 anos.

Bibliografia Consultada
SHEEHY, Noel; 50 grandes Psicólogos: suas idéias suas influências:
São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006



Contribuição de Piaget para a Educação


Piaget mostrou que as crianças não pensam como os adultos e constróem o próprio aprendizado. A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola. As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia. Para Piaget, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Um conceito essencial da epistemologia genética de Piaget é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso se adquire a noção de responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança.
            A obra de Piaget leva à conclusão de que o trabalho de educar crianças não se refere tanto à transmissão de conteúdos quanto a favorecer a atividade mental do aluno. Conhecer sua obra, portanto, pode ajudar o professor a tornar seu trabalho mais eficiente. Algumas escolas planejam as suas atividades de acordo com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Nas classes de Educação Infantil com crianças entre 2 e 3 anos, não é difícil perceber que elas estão em plena descoberta da representação. Começam a brincar de ser outra pessoa, com imitação das atividades vistas em casa e dos personagens das histórias. A escola fará bem em dar vazão a isso promovendo uma ampliação do repertório de referências. a educação deve possibilitar à criança um   desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato.
A escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras  promovendo a descoberta e a construção do conhecimento.
           
Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca.

Bibliografia Consultada
PALMER, Joy A.; 50 Grandes Educadores Modernos: de Piaget a Paulo Freire:
São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006

Síntese da Teoria de Piaget


A teoria de Piaget defende que o indivíduo passa por várias etapas de desenvolvimento ao longo da sua vida. O desenvolvimento se dá através do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. Segundo esta formulação, o ser humano assimila os dados que obtém do exterior, mas uma vez que já tem uma estrutura mental que não está "vazia", precisa adaptar esses dados à estrutura mental já existente. O processo de modificação de si próprio é chamado de acomodação. Este esquema revela que nenhum conhecimento nos chega do exterior sem que sofra alguma alteração pela nossa parte. Piaget fez seus estudos de psicologia do desenvolvimento entrevistando milhares de crianças e inicialmente observando como seus filhos cresciam. Através da minuciosa observação de seus filhos e principalmente de outras crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, onde propõe a existência de quatro estágios.

Estágios

Segundo Piaget, há quatro estágios básicos do desenvolvimento cognitivo do pensamento infantil desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta. O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa. O estágio das operações concretas, vai dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.
            Por volta dos 12 anos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.

Bibliografia Consultada
PALMER, Joy A.; 50 Grandes Educadores Modernos: de Piaget a Paulo Freire:

São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006

Biografia de Jean Piaget


 
Nasceu em Neuchâtel, Suíça em 9 de agosto de 1896. Foi um menino prodígio. Aos 11 anos de idade, publicou seu primeiro trabalho sobre a observação de um pardal albino. Esse breve estudo é considerado o inicio de sua brilhante carreira cientifica. Desde cedo se interessou em biologia filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia, na universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, Após formar-se, Piaget foi para Zurique, onde trabalhou com a psicologia experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung. Ele passou a combinar a psicologia experimental com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes. Em 1919, Piaget mudou-se para a França onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. Piaget notou que crianças francesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento se desenvolve gradualmente. O ano de 1919 foi o marco em sua vida. Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa Em 1924, publicou o primeiro de mais de 50 livros, A Linguagem e o Pensamento na Criança. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau, tendo assumido o lugar de seu mestre, Édouard Claparède.  Foi também nesse período que acompanhou a infância dos seus filhos, uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de "ajustamento progressivo do saber". Posteriormente se dedicou à área de Psicologia, Epistemologia e Educação. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954; tornando-se mundialmente reconhecido pela sua revolução epistemológica. Piaget se tornou Doutor em ciência naturais pela Universidade de Neuchâtel e após estudou brevemente na Universidade de Zurich.. Esses dados permitiram o lançamento da hipótese de que o pensamento infantil é qualitativamente diferente do pensamento adulto. No ano de 1923, se casou com Valentine Châtenay, uma de suas ex-alunas. Juntos, tiveram3 filhos: Jacqueline(1925), Lucienne(1927) e

 Laurent (1931). As teorias de Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. filhos. Nos últimos anos de sua vida centrou seus estudos no pensamento lógico-matemático. Foi considerado o maior expoente do estudo desenvolvimento cognitivo. Até o fim da vida, recebeu títulos honorários de algumas das principais universidades européias e norte-americanas. Morreu no dia 19 de setembro 1980 em Genebra, Suíça.

Bibliografia Consultada
PALMER, Joy A.; 50 Grandes Educadores Modernos: de Piaget a Paulo Freire:
São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006

Estágio da Teoria de Freud



A teoria de Freud propõe que o desenvolvimento da pessoa está associada a uma progressão ordenada. Passando por etapas psicossexuais ou libidinais. A primeira etapa, a etapa oral, vai desde o nascimento até dois anos, e nela se desenvolvem as atividades nutricional, lúdica e educativa. A libido se manifesta  pela boca é exemplificada pelo prazer dos bebês durante a amamentação e ao chupar a chupeta, com a função  de proporcionar prazer. A segunda etapa, a anal ocorre entre dois e três anos, e se caracteriza pela luta pela experimentação e auto–afirmação. A libido se focaliza  pelo prazer das crianças ao controlar suas fezes e urina. A teceira etapa é a etapa fálica que vai dos três anos aos cinco que se caracteriza pela curiosidade da criança. Ele descobre suas zonas genitais e das pessoas que a rodeiam. Ela percebe a diferença entre os sexos. A libido se estende por todo o corpo a criança sente prazer em  manipular  os órgãos genitais e exibi-los. O primeiro investimento objetal da libido, segundo Freud, ocorreria no progenitor do sexo oposto, esta fase caracterizada pelo investimento libidinal em um dos progenitores se chama “ Complexo de Édipo”. A criança percebe então que entre ela e a mãe (no caso de um menino) existe o pai, impedindo a comunhão por ele desejada. A criança passa então a amar a mãe e a experimentar um sentimento antagônico de amor e ódio com relação ao pai. Ela percebe então que tanto o amor vivido com a mãe como o ódio vivido com o pai são proibidos e o complexo de Édipo é então finalizado com o surgimento do superego, com a desistência da criança com relação à mãe e com a identificação do menino com o pai.

Aplicações na educação

Os estudos de Freud provocaram impacto em várias áreas, inclusive na Educação. Suas pesquisas que começaram pela observação da histeria em mulheres, aos poucos foram se deslocando para a psicologia infantil. As maiores contribuições de Freud nessa área estão no conhecimento do desenvolvimento sexual da criança.
            Freud detectou uma ampla gama de impulsos operando dentro e fora da libido  do indivíduo desde o nascimento.  A superação do Complexo de Édipo resultaria, entre outras coisas, no redirecionamento da libido e na internalização da autoridade paterna etapa fundamental da formação do superego. Freud começou então a afirmar a existência da sexualidade infantil e a necessidade de conhecê-la.

Bibliografia Consultada
PALMER, Joy A.; 50 Grandes Educadores Modernos: de Piaget a Paulo Freire:
São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006