segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Biografia de Edgar Morin


Edgar Morin nasceu em 08 de Julho de 1921, na cidade de Paris, na França. É filho de pais espanhois de religião judaica. A sua infância é marcada pelo preconceito e as humilhações que sofria na escola devido a sua origem judaica. Aos nove anos de idade, perdeu a sua mãe e passou a conviver também com tristeza provocada pela morte de sua genitora. A dor e o sofrimento o levam a cultivar a saudade e a esperança de dias melhores.
O seu pai era um modesto comerciante, que procurava transmitir-lhe sua moral e seus valores através de sua experiência de vida fundamentada no trabalho e no respeito a vida.
Com pouco mais de treze anos de idade, já buscava fervorosamente o saber e a cultura através de diversas e variadas leituras, com o objetivo de aprender e descobrir. Foi muito influenciado pelo romantismo e pelo racionalismo, que serviram para reforçar a sua crença no amor e na razão, valores que orientam sua vida, seu pensamento e sua obra.
Na adolescência foi influenciado pelo comunismo, pois lhe pareceu a solução e o caminho para atingir seus ideais e objetivos. Com dezenove anos, filia-se ao partido comunista, onde permaneceu por dez anos, sendo expulso em 1951, por divergências em relação ao estalinismo e críticas ao dogmatismo.
Em seu ingresso na faculdade, dedicou-se com afinco as ciências sociais. Graduou-se em Economia, Política, História, Geografia e Direito. Dedicou-se muito a Economia Política, pois tinha o projeto pessoal de fazer, através da Política, a humanização do processo econômico.
Concluiu os estudos em 1942 e logo em seguida ingressou como voluntário combatente das forças francesas de 1942 a 1944, ocupando o posto de tenente.
Foi representante do Estado Maior do Primeiro Exército Francês na Alemanha, em 1945. Nesse mesmo ano casa-se com a socióloga francesa Viollete Chapellaubeau. No ano seguinte torna-se  chefe da Acessoria de Comunicação e Imprensa do governo militar francês na Alemanha. Neste mesmo ano, publicou o seu primeiro livro L`an zero de l`Allemagne(O Ano zero da Alemanha), pela Ed. La Cité Universelle; obra sociológica, de cunho jornalístico que retratava os horrores da Guerra na Alemanha.
Da sua união com Viollete Chapellaubeau, nasceram duas filhas: em 1947, Irene   Chapellaubeau Nahoun e, em 1948, Veronique Nahoum.
De 1948 a 1963, desenvolve vários trabalhos literários e várias atividades jornalísticas. Em 1957, funda a Revista Arguments em sociedade com alguns amigos. O objetivo da revista era  fazer críticas à realidade sob os aspectos sociais, políticos, artísticos, literários, científicos e humanos.
Em 1963, Edgar Morin, casa-se com a artista plástica de origem quebecoise-caribenha Joahnne, com quem viaja ao Brasil diversas vezes.
De 1978 a 1975, integrou um grupo de estudos chamado “Grupo dos Dez”, onde entrou em contato com as três teorias, que viriam mais tarde, fundamentar as suas idéias sobre a teoria da complexidade: cibernética, teoria da informação e teoria dos sistemas.
Em 1973, publica o livro L`paradigme perdu: la nature humaine(O paradigma perdido:  a natureza humana). Este livro foi o ponto de partida para a construção do “Método”, série de livros, onde Edgar Morin explica minuciosamente a sua teoria da complexidade.
Em 1973, torna-se co-diretor do CETSAS – Centro de Estudos Transdiciplinares, Sociologia, Antropologia e Semiologia que mais tarde viria a se chamar CETSAH - Centro de Estudos Transdiciplinares, Sociologia, Antropologia e História da EHESS – Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, e ligado ao CNRS – Centro Nacional de Pesquisa Científica.
Morin, permaneceu no CETSAH até 1989, mais ainda colabora ativamente. Nesse mesmo período assume a direção da Revista Communications, com o intuito de orientar e divulgar os trabalhos das investigações transdiciplinares da Ciência e sua complexidade.
Em 1977, é publicado o primeiro volume de sua mais importante obra “O Método”, que foi  concluído em 2004, com a publicação do sexto e último volume. Nesse período o escritor se dedicou também a outros trabalhos literários complementares, sob o prisma da complexidade do pensamento.
No início da década de 80, Morin casa-se pela terceira vez, desta, com a sua amiga dos anos 60 Edwirges Lanegrav.
A partir de 1998, Morin dedica-se com afinco a educação e a assume como responsabilidade cidadã e planetária.
Em 1999, cria a “Cátedra Intinerante UNESCO ´Edgar Morin` - para o pensamento complexo” com sede na Universidade de Salvador, em Buenos Aires, e funda com Cândido Mendes a “Academia da Latinidade”, sediada no Rio de Janeiro.
Edgar Morin recebeu vários prêmios ao longo de sua vida, entre os quais destacamos O  Prêmio Europeu de Ensaio Charles Veillon – 1988; Prêmio Via-Régio Internacional – 1989; Palma de Ouro no Festival de Struga – 1990 e Prêmio Europeu da Mídia pela Cultura – 1991. É Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Perugia, Palermo e Milão na Itália; Universidade de Genebra, na Suíça; Universidade de Bruxelas, na Bélgica; Universidade Tecnológica de La Paz, na Bolívia, e várias outras.
No Brasil também recebeu o título de Doutor Honoris Causa em diversas Universidades, dentre elas: Universidade de Cândido Mendes, no Rio de Janeiro; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Atualmente Edgar Morin, é presidente da APC – Associação para o Pensamento Complexo, em Paris, e presidente da Agência Européia para a Cultura, da UNESCO.    

Bibliografia Consultada


PETRAGLIA, Izabel. Edgar Morin: a educação e a complexidade do ser e do saber. 10. ed. Revista e ampliada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.




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