segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Síntese da Teoria de Bronfenbrenner



Bronfenbrenner propôs um modelo ecológico para o desenvolvimento humano. O que o motivou foi o fato de não concordar com o paradigma de pesquisa vigente na década de 1970. O seu modelo foi fortemente influenciado pelas teorias de Kurt Lewim, em particular pelas noções de desenvolvimento e de ambiente, assim como pelas idéias de Jean Piaget sobre o processo de desenvolvimento humano. Na concepção de Bronfenbrenner, o desenvolvimento representa uma transformação que atinge a pessoa. Trata-se de uma reorganização que procede de maneira continuada dentro da unidade tempo-espaço. Realiza-se dentro de diferentes níveis: das ações, das percepções, da pessoa, das atividades, e das interações, com o seu mundo. É estimulado e inibido pelo grau de interação com as pessoas, que ocupam uma variedade de papeis, e pela participação e engajamento em diferentes ambientes. Portanto, o desenvolvimento humano se estabelece de maneira continuada e recíproca, no interjogo entre aspectos biológicos, psicológicos e ambientais, em que as forças que produzem a estabilidade e a mudança nas características biopsicológicas da pessoa, durante sucessivas gerações, são percebidas considerando os processos evolutivos e as transformações operadas na pessoa e no seu ambiente.
Na teoria de Bronfenbrenner, as variáveis genéticas e ambientais não são pólos opostos, mas se complementam para produzir modificações no desenvolvimento humano. A correlação entre essas duas variáveis, hereditariedade e meio ambiente, é analisada, em geral, em estudos de consangüinidade, de gêmeos e de adoção. Essas linhas de investigação apresentam pontos fortes e fracos no que tange a indicar o grau de variação genética e a influência significativa do ambiente.
Com as novas descobertas científicas, as transformações sociais e as perspectivas teóricas e com as políticas públicas e os campos de aplicação, Bronfenbrenner fez algumas modificações no seu modelo ecológico, que passou a ser denominado de modelo bioecológico. O paradigma norteador desse novo modelo se fundamenta na idéia da ecologia do desenvolvimento humano. Os conceitos básicos que orientam a construção do modelo e norteiam a pesquisa em desenvolvimento são decorrentes desse paradigma, são eles: ambiente ecológico, transição ecológica, validades ecológicas e de desenvolvimento, experimento ecológico e transformador e pesquisa ecológica.
Ambiente ecológico é composto por estruturas concêntricas chamadas de micro, meso, exo, macro e cronosistema. Cada uma dessas estruturas abarca progressivamente a outra.  A transição ecológica ocorre quando acontecem mudanças na posição que indivíduo ocupa no seu ambiente ecológico em decorrência de mudança de papeis, status social ou a combinação desses fatores. A validade ecológica refere-se à extensão pela qual o sujeito vivencia o seu ambiente no processo de desenvolvimento, considerando as propriedades ou condições específicas resultantes das hipóteses levantadas pelo pesquisador em uma investigação científica. A validade ecológica sustenta alguns preceitos importantes para o planejamento e a realização da pesquisa, já a validade em desenvolvimento baseia-se nas mudanças de concepções, atividades ou padrões interativos da pessoa, com repercussões em outros ambientes e momentos da vida. O experimento ecológico investiga as relações progressivas entre o organismo humano em evolução e o seu ambiente. O experimento transformador retrata a alteração e a reestruturação sistemática de sistemas ecológicos existentes. A pesquisa ecológica contém as propriedades pertinentes à pessoa e ao seu ambiente. 

Bibliografia Consultada
SHEEHY, Noel; 50 grandes Psicólogos: suas idéias suas influências:
São Paulo, EDITORA CONTEXTO, 2006

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